Um pouco desta teimosinha que vos fala
Estive lembrando de uma
das primeiras vezes que visitei uma ginecologista. Eu devia ter uns 15
anos. Nem pensava em sexo, muito menos em filhos. Mas lembro que, ao
olhar o resultado dos meus exames, a médica, com um jeito engraçado, meio desbocada, falou: “Minha filha, você vai ser como sua mãe:
se cheirar uma cueca, vai engravidar!”. Guardei aquelas palavras na
memória e perdi a conta de quantas vezes as repeti, orgulhosa.
Vários anos depois,
voltei a essa mesma ginecologista, para contar que tivera minha
primeira relação sexual. Cheguei me sentindo muito responsável,
madura e moderna, pronta para receber as orientações necessárias. A
médica perguntou se eu fizera uso de contraceptivo. Esperta,
respondi que sim, informando o nome do medicamento (injetável e de uso
mensal) e a data da aplicação. Na sequência, perguntou se havíamos
usado preservativo. Ante à minha negativa, balançou a cabeça, em
sinal de reprovação. Explicou que o remédio deveria ter
sido injetado em um dia específico do ciclo menstrual e que o efeito
anticoncepcional não era imediato. Saí de lá em prantos, com uma
requisição de exame beta HCG, para o caso de não chegar a
menstruação.
Esperei a "monstra",
ansiosamente. Rezei para que ela chegasse logo e eu fosse poupada de uma gravidez não-programada, antes do casamento. Dias depois, meu período
chegou. Eu e minha suposta “super fertilidade” havíamos
escapado, sem consequências. Que alívio!
O susto serviu de lição e eu, com redobrada cautela (anticoncepcional de uso contínuo + camisinha), nunca mais me vi nervosa, esperando a menstruação chegar, nos anos que se seguiram.
Há 12 meses, no entanto, a espera pela chegada do período voltou a me atormentar, mas pelo motivo contrário: agora a tensão, aflição e torcida é na expectativa de que ele NÃO dê as caras.
O susto serviu de lição e eu, com redobrada cautela (anticoncepcional de uso contínuo + camisinha), nunca mais me vi nervosa, esperando a menstruação chegar, nos anos que se seguiram.
Há 12 meses, no entanto, a espera pela chegada do período voltou a me atormentar, mas pelo motivo contrário: agora a tensão, aflição e torcida é na expectativa de que ele NÃO dê as caras.
12 meses atrás, foi o início da minha teimosia. 12 meses respirando fundo, antes de baixar a calcinha, no banheiro, com medo de encontrar uma preditora manchinha marrom. 12 meses introduzindo cotonetes, tremendo e torcendo para sair branquinho. 12 meses de comprimidos de ácido fólico, testes de ovulação, testes de gravidez, exames, consultas, orações, novenas, esperanças e frustrações...
A profecia da minha "super fertilidade" não se realizou, mas a minha teimosia não me deixa desistir.
Não me cabendo mais de ansiedade e sem ter com quem conversar - já que eu e meu marido evitamos contar aos parentes e amigos que estávamos tentando ter um bebê - resolvi criar o blog como forma de terapia e para ajudar outras pessoas, que estejam teimando em ser pais também. Sejam bem-vindos!
Ps.: Na infância, fui muito chamada de teimosa - no sentido mais pejorativo de desobediente, cabeça-dura. Depois de adulta, assumi essa teimosia no sentido de persistência e é esse que eu lhes apresento:
Significado de Teimoso
adjetivoQue não desiste com facilidade; obstinado.Que demonstra teimosia; que teima; turrão.[Figurado] Que se estende durante muito tempo; que não termina com facilidade; insistente ou prolongado.substantivo masculinoPessoa que não desiste; aquele que insiste excessivamente.
Eu sou teimosa e vou conseguir, SIM! |
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